O Apocalipse é um livro de esperança
Parafraseando Jesus
Cristo, o Apocalipse é um livro só de boas promessas e muitas bênçãos para os pacificadores,
para aqueles que têm fome e sede de justiça, para os que são limpos de coração;
aqueles que, por fim, verão a Deus.
O autor do livro
bíblico Apocalipse nos dá um panorama de acontecimentos históricos importantes
ao longo dos últimos séculos. Ele conta que existirão dois grupos de pessoas
que serão protagonistas dos eventos finais deste mundo. Todos, sem exceção,
receberão um distintivo especial de propriedade, que caracterizará um e outro
grupo em suas ações, e definirá seus destinos para sempre. Nós teremos
informações suficientes para nos posicionar diante do cenário porvir. De qual lado
você imagina estar? Se hoje você ainda não tem elementos suficientes para tomar
uma decisão, saiba que, querendo ou não, todos conhecerão as condições e as
regras do próprio julgamento. No fim, será uma questão de escolher a quem
adorar. Saiba o porquê.
Os
lados opostos que nunca se atraem
Muito em breve os
habitantes da Terra estarão divididos em dois lados bem distintos. Uns viverão
por viver, sem saber o propósito da vida, entregues a si mesmos; terão a percepção
da autossuficiência, donos da própria vida, numa busca incessante pelo prazer. Por desconhecerem como seria uma vida dedicada a Deus, eles dirão frases mais ou menos como esta: “Meu corpo, minhas regras”. Expressão típica para quem foca seus projetos apenas para esta
existência. Alguns entenderão que são donos do próprio destino e não abrem mão
de suas escolhas. Nessa linha de pensamento, o corpo é uma propriedade pessoal
e podem fazer o que bem entender com ele ou com a vida.
Na segunda carta que
o apóstolo Paulo escreveu para Timóteo (3:1 a 4), já advertia que “Tempos
difíceis vêm por aí. À medida que o fim se aproxima, os homens vão se tornando
egocêntricos, loucos por dinheiro, fanfarrões, arrogantes, profanos, sem
respeitos para com os pais, cruéis, grosseiros, interesseiros, sem escrúpulos,
irredutíveis, caluniadores, sem autocontrole, selvagens, cínicos, traiçoeiros,
impiedosos, vazios, viciados em sexo e alérgicos a Deus” (Bíblia A Mensagem,
Eugene Peterson). Esses são os frutos do pecado. A moldura é perfeita para o
tempo no qual estamos presenciando. Em parte, tais pessoas começam como
adoradoras de si mesmas. Depois passam a adorar algo ou alguém superior.
Quem previu a mesma
situação foi o apóstolo Pedro (2Pe 3:3) ao dizer que “… nos últimos dias surgirão
escarnecedores anunciando suas zombarias e seguindo suas próprias paixões.”
Todos os autores do texto bíblico foram inspirados pelo Espírito Santo para
escrever com precisão os acontecimentos que já presenciamos em parte. Esse
caráter profético do texto bíblico, de antever o futuro, dá credibilidade ao
livro sagrado. Mais do que isso, põe diante de todos a possibilidade da escolha
pela clareza dos fatos.
Do outro lado, estará
você no projeto que Deus sonhou para sua vida. Você abrirá mão de seus planos
para ser guiado pelo Espírito Santo de Deus e viver em amor, alegria, paz,
paciência, retidão, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Isso
mesmo, esses são os frutos do Espírito Santo descritos na Carta de Paulo aos Gálatas
(5:22). Sua felicidade estará no privilégio de participar do propósito divino. Reconhecerá
que o corpo é templo do Espírito Santo e seguirá as regras de Deus para o
cuidado com o corpo. Se você ainda não sabe quais são as regras de Deus para o
corpo, é preciso ler na bíblia. Está tudo lá.
E quem falou dessa
divisão das pessoas em dois grupos? Jesus Cristo. Os Apóstolos Mateus (25:34) e
João (Apocalipse capítulos 7 e 13) descreveram a situação de ângulos
diferentes. Primeiro, foi o próprio Jesus Cristo quem disse assim: “Então dirá
o Rei a todos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, abençoados de meu Pai!
Recebei como herança o Reino, o qual vos foi preparado desde a fundação do
mundo’”. E acrescentou: “Mas o rei ordenará aos que estiverem à sua esquerda: Malditos! Apartai-vos de mim. Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e
seus anjos”. E para distinguir um grupo de outro, o discípulo amado, diz que
algumas pessoas serão marcadas por Deus em suas testas. Tudo indica que receber
um sinal de Deus seja algo bom. Quem são essas pessoas marcadas por Deus? Que
marca é essa e por que na testa? Quem nos dará a resposta é o autor do
Apocalipse.
Quem foi o apóstolo São João
Segue uma breve apresentação do escritor apocalíptico, para depois deixá-lo
falar de sua mensagem. João foi um dos doze apóstolos de Jesus. Ele escreveu o
livro do Apocalipse, além de três Cartas às igrejas de sua época e um dos quatro
Evangelhos, tudo canonizado no Novo Testamento. Possivelmente, seria o mais
novo dos 12 discípulos. Tinha por volta de vinte e poucos anos de idade quando
foi chamado por Jesus.
Talvez fosse solteiro e vivesse com seus pais na cidade de Betsaida. Essa
cidade ficava à distância de 130 Km de Jerusalém, mais ou menos. Ele era pescador
de profissão. Trabalhava com seu irmão Tiago em provável sociedade com André e
Pedro. Foi chamado de “filho do trovão” por causa de seu temperamento explosivo
e anos mais tarde considerado o “discípulo amado” na mudança provocada pelo
Espírito Santo. A mãe de João e Tiago foi bem pretensiosa quando pediu para que
seus dois filhos se sentassem à direita e à esquerda de Jesus lá no céu. João
sempre esteve ao lado de Jesus até o último momento e foi-lhe entregue a missão
de cuidar de Maria, a mão de Cristo.
Em algum momento de sua vida, João esteve exilado na ilha de Patmos. Ali
escreveu o livro do Apocalipse. Posteriormente, tornou-se um importante teólogo
da incipiente igreja cristã. Teve morte natural aos 94 anos de idade na cidade
Éfeso no ano 100, aproximadamente (Wikipedia, João, o Apóstolo).
O ser humano foi criado à imagem de Deus
Antes de falar da
marca de Deus é preciso entender a intenção original do Criador quando fez a
humanidade. A bíblia narra no livro de Gênesis (1:26) Deus pensando nos
detalhes finais de seu projeto. Lá pelas tantas do sexto dia, depois de ter criado
céus e Terra, conversando com alguém, expressou seu pensamento nas seguintes
palavras: “Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança”.
Foi desse jeito, pode
acreditar: nós éramos bonitos. No princípio Deus criou o ser humano à sua
imagem. Nossa identidade moral era igual à de Deus. O pecado fez a separação
entre nós e nosso Pai e, com isso, perdemos o brilho de sua luz. Desde o começo
nos envolvemos em muitas confusões. Na época de Adão e Eva teve quem entrasse
no casamento deles; teve, também, briga de irmãos, e muitas outros assuntos
tristes que desestruturaram a família humana. Mas, calma, há esperança. No
livro do Apocalipse há uma promessa de dias melhores. A salvação chegou. A
restauração virá.
Homem e mulher refletiam
o brilho de Deus no princípio da criação. Ocorre que insatisfeitos com o
propósito de Deus em suas vidas, tanto um quanto outro, imaginando algo inusitado,
pensaram ser iguais ao próprio Deus. O anseio por liberdade motivado pelo
desejo sem controle, resultou numa insubordinação. Deixaram a presença de Deus
e cada vez mais distantes do Criador foram perdendo o brilho da fonte de luz. A
imagem do Criador ficara ofuscada com o passar do tempo, até que a luz se
apagou quase que completamente.
Hoje não reconhecemos
o caráter do Pai Celeste em nós. A semelhança do Criador fora perdida na humanidade.
Os atributos divinos nos eram desconhecidos até que o plano celeste entrou em
execução: veio Jesus Cristo com o propósito de nos fazer parecidos com ele. Nossa
esperança é que pela atuação do Espírito Santo, Deus imprima sua semelhança em
nós. No livro O Desejado de Todas as Nações, capítulo 52, Ed. CPB, a escritora
Ellen White, divinamente inspirada, escreveu: “Cristo veio para restaurar na humanidade a imagem divina”. Que
notícia boa!
Jesus Cristo é a imagem de Deus
Jesus Cristo dizia
ser o próprio Deus: “Quem vê a mim, vê o Pai” (João 14:9). Ele
chamava as pessoas para serem suas seguidoras e as incentivava: “Sejam luzes,
brilhem!” (Mateus 5:14). Jesus Cristo é a religação da humanidade à fonte
divina de luz. Suas palavras são claras ao dizer “Eu sou o Caminho” (João
14:6). Assim, o plano celeste do Criador é que Sua imagem seja refletida em cada
pessoa, por meio de Jesus Cristo. No que consiste a imagem de Deus? Ela é Seu
caráter, Sua essência.
Esse projeto Divino está
sendo executado em fases. Na primeira parte Cristo nasceu entre nós e deixou
seu exemplo de como dispor o coração para estudar os atributos divinos, vivê-los
e ensiná-los a quem tem sede de justiça, ao que busca paz, ao humildade de
coração, a quem busca a verdade como um tesouro escondido.
Era necessário a ascensão
do Cristo ao céu, para que outra fase do projeto de Deus entrasse em execução. Enquanto
Cristo realizaria a função mediadora no céu, o Espírito Santo atuaria em nós. Seria
um trabalho em equipe. Diga-se de passagem, uma equipe muito competente, cada
um com currículo invejável. O recado foi dado por Cristo da seguinte forma:
“Virá o Consolador, o Espírito da Verdade” (João 14:26).
O Consolador veio e
se apresentou aos Apóstolos de Jesus no dia de pentecostes com o mesmo
objetivo: restaurar os dons de Deus em nós. Todos os dias Ele trabalha pacientemente, com amor e carinho, para nos convencer de nossos erros, convida para
uma vida pautada na verdade, justiça, além de alertar: “haverá um juízo!” (João
16:8).
Alguns de nós têm uma
sensibilidade maior para captar a Luz Divina. Um desses humanos inspirados foi
o Apóstolo São Paulo que escreveu lá pelos anos 57 d.C, assim: “… o fruto do
Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22). Viver esses frutos por meio do Espírito
Santo é a penetração da Luz Divina na escuridão do pecado humano. Essa Luz “vai
brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Provérbios 4:18).
O que é o selo de Deus?
É importante saber
que no fim de tudo Deus irá colocar um selo, na testa de seus filhos. Que selo
é esse? O que posso fazer para recebê-lo? O selo é a personalidade de Deus em nós. Para receber esse selo é preciso passar por um processo diário, contínuo e permanente, da atuação do Espírito Santo
em nossa vida. Perceba o ensino de São Paulo na carta aos Efésios (4:30): "... não entristeçam o Espírito Santo de Deus, no qual vocês foram selados para o dia da redenção"; e na segunda carta aos Coríntios (1:21 e 22) acrescenta: "Mas aquele que nos confirma juntamente com vocês em Cristo e que nos ungiu é Deus, que também pôs o seu selo em nós e nos deu o penhor do Espírito Santo em nosso coração".
Na primeira Carta que
escreve aos coríntios, o Apóstolo São Paulo nos convida a ser seus imitadores
como ele era imitador de Cristo (I Coríntios 4:16). O próprio Cristo dizia que
sua vontade era agradar a Deus. O bom filho agrada ao Pai quando lhe obedece.
Então, é um copiando as boas ações do outro e contagiando a coletividade com
bons propósitos.
Devemos praticar boas ações com nosso semelhante e conosco mesmo. Isso se chama
religião. A religião nada mais é do que a prática de boas ações com todos,
indistintamente. Mas a prática de boas ações, por si só, é incapaz de renovar a
natureza obscura do pecado que tomou conta da humanidade; mais especificamente,
tomou conta do caráter humano. Basta ver que a maldade impera quando matamos
com palavras e ações, mentimos, sentimos ódio, desejo de vingança etc. Aqui
está a essência do projeto de Deus: retirar a natureza de pecado do ser humano
e preencher o vazio com a natureza divina. Um novo ser humano. Como disse o
profeta Ezequiel (18:31): “um coração novo e um espírito novo”. Porque segundo
o profeta, o coração antigo é de pedra, insensível.
O selo de Deus é uma
construção diária de tijolo após tijolo, sendo assentado na personalidade de
quem se dispõe a viver o propósito do céu. Ele é a identidade dos filhos obedientes.
É possível que alguém pergunte: como obedecer a Deus se eu nunca O vi? Os céus
e a Terra testificam que há um Criador e a bíblia diz quem é o Criador. É pela
leitura diária da bíblia que conhecemos a vontade do Pai Eterno. Veja o que
escreveu o Apóstolo São João. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira…”. Deus
ama de forma extraordinária, “de tal maneira” inconcebível, “que deu seu filho
único para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”
(João 3:16).
O amor de Deus se materializou
na ação de enviar Jesus Cristo para ser nosso substituto do castigo eterno e
para nos oferecer vida eterna. Nosso amor por Deus se concretiza em obedecer a
seus mandamentos. O mesmo Apóstolo São João, escreveu assim para nós: “Seus mandamentos
não são penosos” (I João 5:3). Mais adiante acrescentou: “Se alguém diz: Eu o
conheço, mas não obedece a seus mandamentos, é mentiroso e a verdade não está
nele. Mas quem obedece à palavra de Deus mostra que o amor que vem dele está
aperfeiçoando em sua vida.” (I João 2:4).
O sábado e o selo de Deus
O selo é a
personalidade de Deus em nós. Para que a luz divina brilhe em nossa vida é necessário
um processo diário, contínuo e permanente, da atuação do Espírito Santo. Agora
que você já sabe o que é o selo mencionado no livro do Apocalipse, vamos
identificá-lo na bíblia. Somente aqueles que estão envolvidos na missão dada
aos três anjos de Apocalipse 14 é que receberão esse sinal. O motivo está declarado
no verso 12 do capítulo 14: “Aqui está a perseverança dos santos, os que
guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. Esses ‘anjos’ somos nós que obedecemos
aos mandamentos de Deus. Dentre os mandamentos de Deus está o esquecido sábado.
Ao ler o relato
apocalíptico sobre a diferenciação das pessoas em personalidades distintas,
imaginamos uma espécie de tatuagem na testa ou na mão das pessoas para perceber
quem é do bem e quem não é. Foi assim que surgiram várias teorias especulativas que o código de barras seria esse distintivo. Depois veio o chip,
cartão de crédito, dentre outras teses inusitadas. É descabida a ideia de um
sinal físico como esses.
Ellen
White (Serviço Cristão, capítulo 11, Ed. CPB) afirmava que a “observância
do sábado está ligada com a obra de restaurar a imagem moral de Deus no homem.
Este é o ministério que o povo de Deus deve levar avante neste tempo”. A guarda
do sábado apenas como sinal físico não é, em si mesma, o selo de Deus. Da mesma
forma que o domingo não poderá ser a marca da Besta, como alguns especulam. O
selo de Deus é o caráter de Deus impresso na vida daqueles que vivem o processo
de salvação. Assim como a marca da Besta é o caráter dela na vida de seus
seguidores. Porém, quem foi selado pelo Espírito Santo obedece fielmente aos
mandamentos de Deus, inclusive o sábado. Nos últimos dias o sábado será a “pedra
de toque” para testar a fidelidade do povo santo. O sábado é valioso somente
para o povo de Deus (Ellen White, Testemunhos Seletos, volume 1, capítulo 17, Ed. CPB).
O sábado é a confirmação do sinete
celeste porque é possível identificar nele as credenciais do Criador do céu, da
Terra e de todos os seres existentes. Hoje, a observação pelos sentidos do mundo criado é insuficiente para identificar o sábado como sinal divino sem o
parâmetro da bíblia. A ordem sabática fora dada por Deus a Adão. Este passou a
incumbência a Matusalém, que transmitiu oralmente a Sem. O filho de Noé foi
contemporâneo de Abraão e este, por sua vez, fez chegar até Moisés. Por fim,
Moisés escreveu sobre o sábado nos cinco primeiros livros da bíblica. Deus
escolheu a bíblia como meio de tornar suas ordens conhecidas. Seu infinito
poder colocou o livro sagrado em nossas mãos após percorrer 3500 anos de
história. É pela leitura da bíblia que conhecemos a vontade de Deus para o dia
de sábado.
O profeta Ezequiel
(20:12 e 20) escreveu no ano 591 a.C. que o sábado era um sinal entre Deus e
seu povo. Os primeiros cristãos foram obedientes aos mandamentos de Deus até
por volta do terceiro século de nossa era, quando, cansados das perseguições dos
imperadores romanos, concordaram com as ordens de Constantino em 321 d. C. e
juntamente com ele celebraram o “dia do sol” (Domingo, Sunday, Sonntag). Os
cristãos posteriores ao terceiro século fizeram acordo com romanos para ter
paz. Aceitaram o domingo como dia de culto e gradualmente foram se esquecendo do
sábado, até confirmarem o domingo como dia de celebração religiosa em 364 d.C. no sínodo de Laodiceia. Parecia ser cômodo. Até que os cristãos tornaram perseguidores daqueles
que pensavam de maneira diferente de suas novas crenças. Eles imitaram seus algozes.
Nesse momento da história já não eram mais seguidores de Cristo. Perderam o
amor fraternal e adotaram de outros povos formalidades religiosas fora dos
padrões bíblicos.
Recentemente, o Papa
João Paulo II editou a Carta Encíclica Dies Domini. Nela o pontífice
explica com clareza porque, por exemplo, os Católicos Romanos deixaram o sábado
pelo domingo. Convenientemente, os primeiros protestantes foram na mesma linha
dos Católicos. Esqueceram o que era para ser lembrado. O livro de Êxodo (20:8-11)
expressa de forma cristalina os motivos da obediência ao preceito sabático.
Somos indesculpáveis quando buscamos razão para a desobediência da ordem de
Deus alegando abolição do decálogo pela morte de Cristo na cruz. O curioso é
que o alvo da abolição só alcançou o quarto mandamento. Todos os nove
mandamentos do decálogo são aceitáveis, menos o sábado, segundo dizem aqueles
que advogam a tese da comodidade.
No fim da história
humana, aqueles que não estiverem com a vida sendo dirigida pelo Espírito
Santo, estarão no meio de uma multidão perdida, principalmente em sua religião;
e para esses, tanto faz o dia para prática religiosa. O costume da maioria
imporá o domingo como dia de descanso para a humanidade. Este será o dia de
expressar religiosidade, um dia para dar atenção à família, um dia de descanso
para a natureza, um dia sem poluição no planeta etc. Impossível haver argumento
contrário que supere esses valores universais, que, inclusive, defendemos.
Dizer que o sábado é importante só porque está escrito na bíblia será insuficiente
para convencer a maioria. Ainda mais com líderes religiosos relativizando a
bíblia, certamente nela encontrarão um domingo para obedecer.
Veja que o dia de
sábado, por si só, não poderá ser o selo de Deus. Porém, os filhos obedientes que
terão o caráter de Cristo em suas vidas, observarão esse dia sagrado segundo determina
a Lei de Deus. Todos aqueles que guardam o sábado o fazem porque tiveram a
percepção exata do que significa se deixar transformar pelo poder do Espírito
Santo dia após dia, numa vida de comunhão com seu Criador. Essas pessoas ouvem,
entendem e obedecem a voz de Deus, porque já foram salvos pelos méritos de
Jesus. A obediência delas à Lei Divina é posterior à salvação já operada na
cruz com Jesus Cristo. A redenção humana é obra exclusiva do Messias, enquanto a
obediência é uma parceria com o Espírito Santo.
O selo de Deus é uma
construção de toda a vida; progressivamente, continuamente, sem interrupção.
São mudanças diárias ao longo da vida, trabalhadas em comunhão da pessoa que
está sendo selada com o Espírito Santo de Deus. Quem mentia, não mente mais.
Quem furtava ou roubava, não o faz mais, e assim por diante. Por outro lado, a
marca da Besta não é um sinal visível como um CHIP, tatuagem, código de barras
etc. Ela será a expressão da pessoa que se identificar com o caráter do mal,
porque pertence ao sistema de crenças que estará em oposição a Deus. Isso não é
materialmente visível, mas perceptível pelas ações humanas.
O sinal de Deus é o
nome de Cristo e de seu Pai escritos na testa dos obedientes aos dez mandamentos,
veja Apocalipse 7:3 e Apocalipse 14:1. Os filhos de Deus moram na Terra,
contudo seus pensamentos, aspirações, desejos, projetos, estão todos no céu.
Certamente, os pensamentos e as atitudes daqueles que têm a personalidade da
Besta estarão nesta Terra.
Deus está preparando
um povo para os últimos dias, simbolicamente representado pelo número 144 mil
de Apocalipse 7:4. O número dos salvos é bem maior que 144 mil. Por causa de
sua experiência com Deus somente esse grupo sabe a canção chamada de “cântico
novo” mencionada em Apocalipse 14:3. Esse povo peculiar viverá o propósito de Deus em suas
vidas e receberá a marca de Deus em sua testa. A testa é o símbolo da razão.
Uma escolha de obediência consciente e livre.
Característica do povo de Deus selado: os 144 mil
A característica mais
importante daqueles que serão selados por Deus é a perseverante obediência aos
mandamentos de Deus e a fé em Jesus Cristo. A fidelidade será visível na vida
deles e seguirão o cordeiro, Jesus, aonde quer que Ele vá.
A segunda
característica é que “não teve relações
com mulheres”. A bíblia não está falando de relações sexuais entre homem
e mulher. Se fosse assim somente os homens virgens seriam salvos e as mulheres estariam
todas perdidas. Não é isso. Noé, Abraão, José, Moisés, os pais de Jesus, todos
foram casados. Se esses não forem salvos, podemos esquecer nossa pretensão:
“comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”. A expressão mulher em Apocalipse
representa um sistema de crenças. O fato de a palavra ‘mulheres’ estar no
plural é porque elas são as filhas de Babilônia que ensinam doutrinas
contrárias à bíblia. É um sistema religioso de confusão doutrinária que
imperará nos últimos dias. Babilônia é confusão.
A terceira
característica dos salvos é que foram “comprados
com o sangue do cordeiro”, Jesus Cristo. A morte de Jesus na cruz é o
único meio de redenção dos seres humanos. É aceitando a sacrifício de Cristo
que alcançamos a vida eterna. Simples assim.
Quarta
característica, “não se achou mentira em sua boca”. Cristo é a verdade. Ele
disse que o pai da mentira está entre nós: é o inimigo. As pessoas que mentem
têm um pai e aquelas que falam a verdade têm outro Pai, que dispensam
apresentações. Todos sabemos quem são eles. A mentira destrói relacionamentos
de amizade, conjugais, vínculos paternos, dentre outros males que causa. Por
isso, é impossível haver um relacionamento saudável onde há mentira. Devemo-nos
esforçar para falar e viver a verdade sempre, independentemente das
consequências. Na segunda carta do Apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses,
capítulo 2, ele diz que aqueles que amam a verdade não serão enganados. O livro
do Apocalipse faz um confronto entre a verdade e a mentira: Cristo é a verdade.
A quinta característica
é que os 144 mil serão irrepreensíveis.
Decididos, ainda que diante da morte. Eles não terão mérito próprio, mas serão
salvos pela graça de Cristo. Essas pessoas chegarão ao céu pelos méritos de
Jesus, sem seus esforços pessoais para alcançar a salvação. Serão imperfeitos
até o dia da volta de Jesus, quando daí serão transformados. Sobre esse assunto
escreveu são Paulo: “…num abrir e fechar de olhos … seremos transformados”. (I
Coríntios 15:52). Os vivos transformados. Os mortos ressuscitados. Desse jeito,
acredite!
Deus conta comigo e com você
Entretanto, obedecer
é pouco. É preciso mais do que obediência. Precisamos trabalhar para o sucesso
do empreendimento de nosso Mestre. Está escrito no livro O Desejado de Todas As
Nações, página 195, da mesma escritora citada acima, que “Todo verdadeiro
discípulo nasce no reino de Deus como missionário. Aquele que bebe da água
viva, faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador. A graça de Cristo no
coração é uma vertente no deserto, fluindo para refrigério de todos, e tornando
os que estão prestes a perecer, ansiosos de beber da água da vida”. Em Mateus
capítulo 28, Jesus disse: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho”. Em
outro momento Cristo pede sua ajuda ao dizer: “A ceara é grande e poucos são os
trabalhadores”, Lucas 10:2.
Apocalipse 14 fala de
três anjos voando pelo céu. Quem são esses anjos? Esses anjos somos nós. Num passado
bem distante eu imaginava que Deus mandaria seres celestiais alados que falariam às pessoas. Mole, não é? Essa representação é apenas
para dizer que eu sou esse anjo, você é esse anjo que anuncia a salvação em
Jesus Cristo. A escritora Adventista norte-americana do século XIX, Ellen
White, assegura que somos cooperadores de Deus na pregação do Evangelho. Veja o
que ela diz no livro Testemunhos Seletos, vol 2, capítulo 36, cujo título é 'Membros da igreja – Coobreiros de Deus': “Deus realizou sua parte no plano de
salvar o homem e convida agora a igreja a colaborar com Ele. De um lado estão o
sangue de Cristo, a Palavra da verdade e o Espírito Santo; do outro, as almas
que perecem. Cada discípulo de Cristo tem uma parte a desempenhar nesse plano,
a fim de induzir os homens a aceitarem as bênçãos que o Céu lhes provê. Façamos
uma indagação minuciosa a ver se temos cumprido nossa parte”.
Igualmente na
Meditação Matinal cujo título é Minha Consagração Hoje (My life today), zelosos
de boas obras, de 2 de agosto de 1952, CPB, ela escreveu assim: “Todos têm seu
lugar no plano eterno do céu. Todos devem colaborar com Cristo para a salvação
de almas. Tão certo como nos está preparado um lugar nas mansões celestes, há
também um lugar designado aqui na Terra, onde devemos trabalhar para Deus”.
Nós somos esses anjos
de Deus. Deus conta comigo e com você para anunciar a salvação em Jesus Cristo.
Anjos literais, seres celestiais, até gostariam de realizar essa missão, mas
esse trabalho é um privilégio nosso, e um dever, também. Os anjos reais podem e
sempre nos ajudarão. Os maiores beneficiados pelo envolvimento nesse propósito somos
nós, que fortalecemos nossa fé, tendo a alegria de ver a salvação de Deus
atuando na vida das pessoas, além de estarmos envolvidos numa obra santa.
Deus manda um recado
para mim e para você pelo profeta Isaias (6:8): “A quem enviarei e quem há de
ir por nós?”. Nós podemos ser agentes de Deus para influenciar positivamente
outras pessoas. Jesus nos chamou de sal da Terra e luz do mundo. O Pai Celeste
espera pacientemente por nós para sermos seus cooperadores no anúncio do juízo
vindouro. Você aceita participar dessa missão?
Conclusão
O livro do Apocalipse revela uma esperança para a humanidade caída em pecado.
Mas há nele, também, o anúncio do juízo final. Porque assim está escrito:
“Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é chegada a hora de seu juízo” (14:7).
Haverá uma batalha. De um lado estarão seres humanos entregues a si mesmos,
dirigidos por espíritos maus em busca de prazer, vivendo
a mentira e a violência. Suas vidas refletirão os traços de caráter do inimigo
de Deus. Do outro lado, estará você sendo guiado pelo Espírito Santo de Deus e produzindo
os frutos do Espírito. São os pacificadores que têm fome e sede de justiça.
Esses benditos do Pai receberão em suas testas a marca divina, que é o selo de Deus. Esse selo é uma
construção diária de tijolo após tijolo, sendo colado na personalidade de quem
se dispõe a viver o propósito do Senhor. O selo de Deus é a identidade dEle em
seus seguidores, seus filhos obedientes. O selo de Deus é o caráter de Deus
impresso na vida do salvo; assim como a marca da Besta é o caráter dela na vida
dos admiradores. Ocorre que, os selados pelo Espírito Santo obedecem fielmente
aos dez mandamentos de Deus, inclusive o sábado. No fim dos tempos, o sábado será a ‘pedra
de toque’ para testar a fidelidade do povo santo.
Por que Deus conta comigo para anunciar a salvação? Porque
Ele sabe que seremos os mais beneficiados em participar desse projeto
grandioso. Somos a boca de Deus para anunciar a salvação. Por isso é que da
nossa boca só pode sair a verdade.
Como posso participar dessa aventura que mudará o destino do Universo? Começando
por minha devoção diária com Deus serei conhecido dele e o conhecerei. A
leitura da bíblia é um meio muito eficaz para conhecer a vontade de Deus para
mim. Quanto tempo de minha vida estou dedicando para ler a minha bíblia? Quanto
tempo dedico à oração? Nosso compromisso com Deus é diário e constante,
lembre-se. É pela comunhão que serei parecido com meu Pai e receberei seu selo.
Serei parecido com Ele quanto mais tempo passar na Sua presença.
Você percebe que a
vontade de Cristo para nossa vida é que nosso caráter seja parecido com o
caráter do Deus, assim como era em nossos primeiros pais no momento da criação? Tenha, hoje, a decisão de se tornar parecido com seu Criador como era no
princípio da Criação. Deus quer renovar nossa vida.
Por fim, que o apelo de Paulo nos alcance: “Rogo-vos, pois,
irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; e não
vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Romanos 12: 1 e 2.