30 abril 2010

Acordei às 4 horas da manhã

Acordei às 4 horas da manhã, fui à cozinha, bebi água, caminhei até a sala, ajoelhei-me no tapete e comecei a orar. Sentia uma profunda carência de Deus. Desejei que Ele fosse meu amigo e, um ao lado do outro, conversássemos por um longo tempo naquela madrugada fria, silenciosa, porém, convidativa para um bom bate-papo. Foi o que aconteceu.
Voltei para cama e encontrei meu filho de 3 anos que dormia como um anjinho. Ao deitar-me, logo percebi seu pequeno braço a rodear meu pescoço. Abracei-o carinhosamente. Imaginei que Deus poderia me abraçar, também.
Naquele silencioso momento de paz, meus braços transmitiam amor, carinho e terno sentimento de proteção. Entreguei-me de corpo e alma ao encostar no peito meu pequeno príncipe. Um sentimento ímpar, um momento mágico.
Após um sono leve, levantei-me para a lida diária. Antes de sair de casa, fiquei a admirar o rostinho do meu anjo que dormia tranquilamente. Com um sorriso contido, lembrei-me de suas travessuras e disse para mim: Filho, como te amo!
Foi confortador pensar que Deus poderia ter por mim o mesmo apreço.

15 abril 2010

Liberdade de Consciência

A vida, o corpo e os bens materiais não nos pertencem. O que de fato temos é a liberdade de consciência ou livre arbítrio. A vida é presente do Criador e uma consciência livre é o melhor que temos dela. Precisa ser protegida como um lindo e frágil cristal. Nem mesmo as necessidades básicas de sobrevivência podem servir de motivo para escravizar a consciência de quem quer que seja.

A liberdade que imagino para mim, nem sempre, poderá ser a melhor para o outro. Se a minha liberdade de consciência é preciosa aos meus olhos, também o é, na mesma medida, a liberdade de cada indivíduo. Respeitar o que é alheio garante preservação do que é próprio, quando todos trabalham nesse mesmo propósito. Assim, ainda que haja dissensão pacífica seria melhor do que o consenso. Quem preza pela liberdade não pode se deixar escravizar.

01 abril 2010

Exclusivamente para Homens

O homem precisa de duas colunas para se sustentar. Elas são o seu Criador e uma companheira. Essas duas colunas na vida de um homem são específicas. A primeira coluna é a mais importante. Se é difícil viver sem a companheira, é impossível viver sem Deus.

Desde tempos imemoráveis nós imaginamos ser deuses. E se não o somos, da divindade prescindimos, porque acreditamos ser capazes de solucionar todos os nossos problemas, sejam eles espirituais, psicológicos ou materiais. Alguns homens do passado protagonizaram o papel de ator principal do céu aqui na Terra. Na babilônia antiga, por exemplo, Nabucodonosor invocou para si adoração; os imperadores romanos buscaram a glória e os faraós do Egito pensavam ser imortais. Almejamos adoração, glória e imortalidade numa jornada insana. Se existe outro deus além do ser humano nossa ignorância o despreza. Mas nosso sonho de poder é frustrado pela certeza da morte.

Por conta da expectativa do fim, queremos eternizar os momentos da vida pelo poder financeiro ou político. E mais, exploramos a sexualidade como se fosse fonte inesgotável de vida e de juventude. Entregamo-nos ao prazer sexual motivado pelo desejo sem limite, nem pudor, respeito próprio, muito menos pelo semelhante com quem nos relacionamos. Perdeu-se a referência do que é belo e bom, cedendo lugar para o que é vulgar. Sabemos que o poder e o prazer são ilimitados, porque a propulsão deles é o desejo. Quem se entrega a isso se realiza sem ver nada além da satisfação pessoal. Se encarada por esse ângulo, a eternidade tão sonhada não traz paz, nem equilíbrio para a alma vazia.

O contraponto para destronar a eternidade humana está numa vida de renúncia, humildade, amor e perdão. Quem busca viver segundo esses valores, descobre o quanto é carente de uma “fonte de água viva”. Em confronto consigo mesmo e na decepção do ego, percebe-se esse vazio na alma. Na comparação do amor com o ódio; do perdão com a guerra; da vaidade com o desprendimento; da humildade com a exaltação; reconhecemos a falência da proposta humana. Vê-se aqui o primeiro passo para a mais difícil luta já travada no íntimo de cada um: negar a si mesmo em favor de outrem. O abandono da eternidade humana, nada mais é do que a prática dos princípios de Deus nos relacionamentos com o semelhante.  Descobre-se que há um Deus. Inicia-se a busca para conhecer o Criador. A eternidade Divina, para o homem, começa com a morte da eternidade humana.

A outra coluna da vida do homem é a mulher, a quem ele chama de companheira, auxiliadora, amiga, destino de seu amor e dedicação, por quem entrega a própria vida em favor da felicidade dela. Por isso, ela é especial. O livro bíblico de Provérbios dedica o último capítulo a esse ser sublime. A canção começa e termina com elogio e descrição de suas inúmeras qualidades.

Victor Hugo em seu poema “O Homem e a Mulher” exalta a mulher como o mais belo dos ideais, capaz de todos os martírios. Para o poeta ela é um anjo inefável, poesia que deslumbra; rouxinol que canta. Por fim, conclui dizendo: “o homem está colocado onde termina a terra e a mulher onde começa o céu”. A mulher é a expressão do amor de Deus. O homem deve dedicar-lhe o mais puro dos sentimentos. Amar a mulher é amar a Deus. Ela é uma dádiva do Criador.

Se um homem estiver estruturado nessas duas colunas encontrará segurança, equilíbrio e felicidade.