O
homem precisa de duas colunas
para se sustentar. Elas são o seu Criador e uma companheira. Essas duas colunas
na vida de um homem são específicas. A primeira coluna é a mais
importante. Se é difícil viver sem a companheira, é impossível viver sem Deus.
Desde
tempos imemoráveis nós imaginamos ser deuses. E se não o somos, da divindade
prescindimos, porque acreditamos ser capazes de solucionar todos os nossos
problemas, sejam eles espirituais, psicológicos ou materiais. Alguns homens do passado
protagonizaram o papel de ator principal do céu aqui na Terra. Na babilônia antiga, por exemplo, Nabucodonosor invocou para si adoração; os imperadores
romanos buscaram a glória e os faraós do Egito pensavam ser imortais. Almejamos
adoração, glória e imortalidade numa jornada insana. Se existe outro
deus além do ser humano nossa ignorância o despreza. Mas nosso sonho de poder é frustrado pela
certeza da morte.
Por
conta da expectativa do fim, queremos eternizar os momentos da vida
pelo poder financeiro ou político. E mais, exploramos a sexualidade
como se fosse fonte inesgotável de vida e de juventude. Entregamo-nos ao prazer
sexual motivado pelo desejo sem limite, nem pudor, respeito próprio, muito menos pelo semelhante com quem nos relacionamos.
Perdeu-se a referência do que é belo e bom, cedendo lugar para o que é vulgar. Sabemos
que o poder e o prazer são ilimitados, porque a propulsão deles é o desejo.
Quem se entrega a isso se realiza sem ver nada além da satisfação
pessoal. Se encarada por esse ângulo, a eternidade tão sonhada não traz paz, nem equilíbrio para a alma
vazia.
O contraponto para destronar a eternidade humana está numa vida de renúncia,
humildade, amor e perdão. Quem busca viver segundo esses valores, descobre o quanto é carente de uma “fonte de água viva”. Em confronto consigo mesmo e
na decepção do ego, percebe-se esse vazio na alma. Na comparação do amor com o
ódio; do perdão com a guerra; da vaidade com o desprendimento; da humildade com
a exaltação; reconhecemos a falência da proposta humana. Vê-se aqui o primeiro passo para a mais
difícil luta já travada no íntimo de cada um: negar a si mesmo em favor de
outrem. O abandono da eternidade humana, nada mais é do que a prática dos
princípios de Deus nos relacionamentos com o semelhante. Descobre-se
que há um Deus. Inicia-se a busca para conhecer o Criador. A eternidade
Divina, para o homem, começa com a morte da eternidade humana.
A
outra coluna da vida do homem é a mulher, a quem ele chama de companheira,
auxiliadora, amiga, destino de seu amor e dedicação, por quem entrega a própria
vida em favor da felicidade dela. Por isso, ela é especial. O livro bíblico de
Provérbios dedica o último capítulo a esse ser sublime. A canção começa e
termina com elogio e descrição de suas inúmeras qualidades.
Victor Hugo em seu poema “O Homem e a Mulher” exalta a mulher como o mais belo
dos ideais, capaz de todos os martírios. Para o poeta ela é um anjo inefável,
poesia que deslumbra; rouxinol que canta. Por fim, conclui dizendo: “o homem está colocado onde termina a terra e a mulher onde começa o
céu”. A mulher é a expressão do amor de Deus. O homem deve dedicar-lhe o
mais puro dos sentimentos. Amar a mulher é amar a Deus. Ela é uma dádiva do
Criador.
Se
um homem estiver estruturado nessas duas colunas encontrará segurança, equilíbrio e felicidade.