09 agosto 2020

Delação premiada

O instituto da delação premiada ganhou forma no Brasil por meio da Lei 12.850/13. Consiste, basicamente, na colaboração de um criminoso quando fornece detalhes que levariam ao esclarecimento de atos ilícitos e identificação dos parceiros de crime. O delator receberá, em contrapartida, alguns benefícios, como por exemplo, mudança da pena de um regime mais rígido por outro mais benéfico. A Lei pretende esclarecer crimes de organização criminosa contra o sistema financeiro, dentre outros. Esse instituto foi muito eficiente na investigação da “Operação Lava Jato”. A corrupção foi um capítulo vergonhoso da história brasileira, que tirou a esperança, o sonho, a força do trabalho, a dignidade do povo…

Mais do que vergonhoso, o Estado estava apodrecido pela corrupção. Ela era generalizada nos poderes da República. Muitos líderes políticos, empresários, servidores públicos do alto escalão, que deveriam zelar pela justiça, verdade, correção, probidade, participavam como parasitas sugando as energias vitais do país. Não há palavras que possam descrever ou explicar o fundo do poço da moralidade daqueles que destruíam os pilares de nossa sociedade. Até quem deveria proteger os valores consolidados e princípios estava em coautoria nos atos ilícitos. Felizmente, parte dos escândalos foi descortinada como que por ação divina. Só pode. O dinheiro comprava o silêncio de cumplicidade institucionalmente generalizado. Acontece que o grupo dos gananciosos sempre aumenta; e como a ganância é ilimitada, o cofre não suportaria tanto saque. O resultado parcial é que o país está desacreditado, ainda sangrando, cambaleante, sentindo as dores de tanta maldade de gente suja. É, tem muita gente indigna da vida que recebeu, mesmo!

Se houve quem fechou os olhos quando via o que deveria combater, pode até escapar do julgamento dos tribunais humanos, contudo, prestará contas à própria consciência, e no fim de tudo para Deus. Do tribunal celeste é impossível escapar. Ali cada um terá um encontro consigo mesmo numa prestação de contas. Como uma pessoa poderá mentir para si mesma? É por isso que cada um saberá os motivos da própria condenação.

Do mesmo modo quando o delator resolve aderir aos termos da delação no processo penal, assim também, Deus, em seu infinito amor, oferece deleção premiada para os criminosos do pecado. Quem está em liberdade dificilmente fará acordo com a justiça. Tentará silenciar testemunhas, destruir provas, corromper etc. Contudo, parece que a reflexão floresce na cadeia. Algumas pessoas estão afundadas pelo pecado, que de sua prisão, arrependem do mau caminho. O arrependimento é o primeiro passo para assinar o termo de delação premiada no tribunal do céu. Ainda se ouve a voz do Apóstolo Pedro pregando numa praça pública em Jerusalém com energia (Atos 3:19): “Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus para que os seus pecados sejam cancelados”.

O segundo passo para o Juiz Celeste homologar as condições da delação é a confissão. Dizer os detalhes do crime. Especificar o pecado. Não vale dizer: ‘Senhor, perdoa os meus pecados’. Nada disso. É preciso nomear as condutas uma por uma. Confessar os pecados para Deus é dizer quando, com quem, onde, o porquê, pedir perdão para o céu e para as pessoas, identificar os estragos e reparar os prejuízos. Genericamente não vale. A conduta deve ser especificada, apresentar provas, identificar os autores do delito e condições para desbaratar a organização criminosa.

Depois do arrependimento e da confissão o apóstolo Pedro chama o perdido para voltar-se para Deus. Conversão é sair do mau caminho. Mudar de direção. Abandonar o pecado e estar disposto a pagar o preço do novo caminho.

Por fim, o Advogado é parte fundamental nesse processo. Ele precisa conhecer as condições da deleção premiada cujas bases estão delineadas na Lei 12.850/13 para assessorar bem seu cliente. Jesus Cristo anda por ruas e praças oferecendo seu cartão de visita para advogar gratuitamente pelos pecadores. Aproveita enquanto dá tempo, manda um e-mail, SMS, telefona para o número que está no cartão de visita, faz uma oração, clame. Ele conhece bem a lei dos dez mandamentos que servirá de padrão no julgamento final deste mundo. Afinal de contas Ele tem doutorado em resolver pecados humanos pela universidade da galáxia de Andrômeda. É a mais próxima daqui: 2,5 milhões de anos-luz. Para dizer a verdade é o único advogado. É pegar ou largar. Quer um conselho? Se for o seu caso, deixe essa vida de pecado e siga ‘o caminho, a verdade e a vida’.